Pesquisa de alto impacto desenvolvida por egresso da FGV EBAPE está transformando a educação pública no Rio de Janeiro
Programa que propõe aplicação de melhores práticas de gestão reduziu evasão e aumentou produtividade de estudantes e professores
A inovação não precisa custar caro. No Rio de Janeiro, um programa desenvolvido por Felipe Puccioni, egresso do Mestrado Profissional em Administração Pública (MAP) da FGV EBAPE, Doutor pela Universidade de Cambridge e Conselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, conseguiu melhorar em 60% a produtividade alcançada por 16 mil estudantes de unidades públicas de ensino na cidade.
O Programa Ciência e Gestão pela Educação (PCGE), como é chamada a iniciativa, foi idealizado por Puccioni como parte de sua tese de doutorado. Após a assinatura de um Termo de Cooperação Técnica entre o Tribunal de Contas do Município do Rio, a Secretaria Municipal de Educação e a Universidade de Cambridge, foram selecionadas, de maneira aleatória, 40 unidades de ensino para a implementação do projeto. Os resultados surpreendentes impressionam ainda mais diante do custo: por ano, o valor acrescido foi de apenas R$ 45 por aluno.
Segundo Puccioni, em entrevista ao programa Fantástico, "o projeto busca melhorar a eficiência das escolas no cuidado com seus professores e com seus alunos, a partir de práticas de gestão já consolidadas na literatura acadêmica mundial".
Ele faz referência às 23 práticas de gestão testadas e aprovadas que compõem o PCGE. São cinco áreas de abrangência: liderança, monitoramento de performance e aprendizado, operações, recursos humanos e desenvolvimento de objetivos e metas. Após dois anos de aplicação, o programa ajudou a reduzir em 29% a evasão escolar nas unidades onde foi aplicado, além de ter proporcionado um aumento de 60% da produtividade de alunos e também de professores.
"Em dois anos de aprendizado, elas [as crianças] aprenderam o que aprenderiam em uma outra escola em quatro anos", afirma Felipe. Em sua pesquisa, o egresso da FGV EBAPE concluiu que a implementação do programa em todas as 136 mil escolas públicas brasileiras tornaria possível equiparar o nível de ensino nacional ao de países europeus.
