Pegada de carbono: professor da FGV EBAPE avalia que mercado de compensação pode crescer mediante mudança na legislação

Pequenas empresas de tecnologia vendem serviço que calcula pegada e compensação; busca pode aumentar

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A necessidade urgente de reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa está incentivando o crescimento de negócios relacionados ao chamado mercado de carbono. Alguns exemplos são as "fazendas de carbono", que vendem créditos para companhias que desejam compensar os gases emitidos em suas cadeias de produção; e também pequenas empresas de tecnologia, dedicadas a medir a pegada de empresas clientes e calcular a compensação necessária para neutralizá-la.

No entanto, no Brasil hoje há o que se chama de mercado de carbono voluntário, ou seja, as empresas compram e vendem créditos sem obrigação do governo. O Congresso está discutindo projetos de lei de regulamentação obrigatória, que afetariam todos os setores da economia nacional, mas não há nada definido até o momento.

Para o professor Fabrício Stocker, da FGV EBAPE, o fato de ser um mercado voluntário acaba por limitar o alcance dessas pequenas empresas, que acabam por se tornar menos atrativas para as companhias interessadas em compensar suas emissões de carbono. Por outro lado, é possível que esses negócios testem soluções sem cumprir exigências legais, se preparando para uma eventual regulamentação do assunto.

"Um regime obrigatório do mercado de carbono criaria um ambiente onde todas as empresas precisam cumprir certos padrões de emissões, aumentando a necessidade de serviços que as startups oferecem”, aponta Stocker. “Torcemos para que a regulamentação do mercado de carbono ocorra, até para que nosso impacto seja mais escalável”, explica o professor.

Apesar de aumentar as possibilidades de compensação, Stocker destaca que, para um real impacto global, é essencial que organizações, países e governos também se atentem às práticas de mitigação e redução das emissões. "Somente com uma abordagem integrada que inclua tanto a compensação quanto a redução efetiva das emissões conseguiremos criar um cenário adequado para enfrentar as crises climáticas", conclui.

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